Elevação
Por cima dos paúes, das montanhas agrestes,
Dos rudes alcantis, das nuvens e do mar,
Muito acima do sol, muito acima do ar,
Para além do confim dos páramos celestes,
Paira o espírito meu com toda a agilidade,
Como um bom nadador, que na água sente gozo,
As penas a agitar, gazil, voluptuoso,
Através das regiões da etérea imensidade.
Eleva o vôo teu longe das montureiras,
Vai-te purificar no éter superior,
E bebe, como um puro e sagrado licor,
A alvinitente luz das límpidas clareiras!
Neste bisonho dai' de mágoas horrorosas,
Em que o fastio e a dor perseguem o mortal,
Feliz de quem puder, numa ascensão ideal,
Atingir as mansões ridentes, luminosas!
De quem, pela manhã, andorinha veloz,
Aos domínios do céu o pensamento erguer,
— Que paire sobre a vida, e saiba compreender
A linguagem da flor e das coisas sem voz!
Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Tradução de Delfim Guimarães
Fonte:citador.pt
Voar
Após ter sentido o gosto de voar,
você há de andar para sempre na terra
com os olhos voltados para o céu,
pois esteve lá, e, para lá,
sempre há de desejar voltar.
Leonardo da Vinci
Fonte:Livro:Firelight- Shophie Jordan
Ed.AGIR
**Tem post novo no meu outro blog! Passe por lá!
Clic aqui:floresnojardimdavida.blogspot.com
Os Homens e as Coisas
Quem conhece o solo e o subsolo da vida,sabe muito bem que um trecho de muro, um banco,um tapete, um guarda-chuva, são ricos de idéias ou de sentimentos, quando nós também o somos, e que as reflexões de parceria entre os homens e as coisas compõem um dos mais interessantes fenômenos da terra.Machado de Assis,in "Quincas Borba"Fonte:citador.pt**Bom dia, amigos!! Tem post novo no outro blog! Um conto: O Piquenique.Para fazer uma visita clic aqui:floresnojardimdavida.blogspot.com !! Obrigada!
Meus Olhos Vêem Melhor se os Vou Fechando
Meus olhos vêem melhor se os vou fechando.
Viram coisas de dia e foi em vão,
mas quando durmo, em sonhos te fitando,
são escura luz que luz na escuridão.
Tu cuja sombra faz a sombra clara,
como em forma de sombras assombravas
ledo o claro dia em luz mais rara,
se em sombra a olhos sem visão brilhavas!
Que benção a meus olhos fora feita
vendo-te à viva luz do dia bem,
se a tua sombra em trevas imperfeita
a olhos sem visão no sono vem!
Vejo os dias quais noites não te vendo,
e as noites dias claros sonhos tendo.
William Shakespeare, in "Sonetos (43)"
Fonte:citador.pt
Viram coisas de dia e foi em vão,
mas quando durmo, em sonhos te fitando,
são escura luz que luz na escuridão.
Tu cuja sombra faz a sombra clara,
como em forma de sombras assombravas
ledo o claro dia em luz mais rara,
se em sombra a olhos sem visão brilhavas!
Que benção a meus olhos fora feita
vendo-te à viva luz do dia bem,
se a tua sombra em trevas imperfeita
a olhos sem visão no sono vem!
Vejo os dias quais noites não te vendo,
e as noites dias claros sonhos tendo.
William Shakespeare, in "Sonetos (43)"
Fonte:citador.pt
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